O folheto IDB 2011 aborda o tema do envelhecimento da população brasileira, à luz dos
resultados do Censo Demográfico 2010. O tema escolhido destaca a importante relação entre demografia e saúde. A diminuição dos níveis
de mortalidade conjuntamente com os da fecundidade fez com que a participação da população de 60 e mais anos de idade aumentasse
substancialmente nas últimas décadas. O envelhecimento traz uma série de desafios para a sociedade e para o Sistema Único de Saúde
(SUS). Merecem destaque aqueles relacionados ao enfrentamento de morbidades que atingem com maior frequência a população idosa,
cujo crescimento implica em maiores gastos com diagnóstico e tratamento, bem como a necessidade de adequar a prestação de serviços
e a formação profissional, fortalecendo a atenção primária, a promoção da saúde e a atenção integral à saúde dos idosos.
O mapa da capa apresenta a distribuição municipal do índice de envelhecimento em 2010, expresso pelo número de pessoas de
60 e mais anos de idade para cada 100 pessoas menores de 15 anos. Em 1991, havia 21 indivíduos idosos para cada 100 menores de
15 anos. O efeito combinado da diminuição da fecundidade e da mortalidade na composição populacional foi tão extraordinário, que
fez com que 19 anos após o Censo de 1991, este índice se elevasse para 44,8, representando um aumento de 113%.
No verso do folheto, a Figura 1 mostra que, em 1991, a esperança de vida ao nascer, que expressa o número médio de anos de
vida esperados para um recém-nascido, era 66,9 anos. Menos de duas décadas depois, em 2010, a esperança de vida ao nascer passou
para 73,4 anos, ou seja, 6,5 anos mais. Esse fato reflete a diminuição da mortalidade, que ocorreu em todos os grupos de idade,
principalmente durante o primeiro ano de vida. Entre 1991 e 2010, a Região Nordeste foi a que apresentou o maior aumento na
esperança de vida ao nascer (7,9 anos). A esperança de vida aos 60 anos, que indica o número médio de anos de vida esperados para
uma pessoa ao completar 60 anos, aumentou de 18,7, em 1991, para 21,4, em 2010 (Figura 2). O Censo de 2010 evidenciou ainda
o acentuado declínio da taxa de fecundidade nas últimas décadas. Em 2010, o número médio de filhos nascidos vivos por mulher,
já se situava abaixo do nível de reposição da população (2,1 filhos por mulher).
Estes fatores fizeram com que a base da pirâmide etária da população brasileira se estreitasse,
e o topo se alargasse, em direção a uma estrutura etária envelhecida (Figura 3). A população de 60 e mais anos, que em 1991
representava 7,3% da população total, passou a representar 10,8%, em 2010.
A escolaridade da população tem importantes repercussões sobre a situação de saúde. A taxa de analfabetismo representa a proporção
de pessoas que não sabem ler e escrever um bilhete simples. Apesar da redução observada nas últimas décadas, a taxa de analfabetismo
permanece elevada entre idosos. Em 2010, 26,2% dos idosos eram analfabetos no Brasil, sendo que na Região Nordeste, quase a
metade dos idosos (46,5%) estava nessa condição (Figura 4).
A proporção de idosos residentes em domicílios na condição de agregado ou de outro parente (não eram chefes nem cônjuges do chefe do
domicílio) indica a existência de algum tipo de dependência, possivelmente relacionada a falta de renda ou incapacidade funcional.
No período 1991-2010, essa proporção se reduziu de 17,4% para 13,5% no Brasil, e reduções de magnitude semelhante foram observadas em
todas as regiões brasileiras (Figura 5).
Os dados apresentados neste folheto representam uma síntese da base completa da RIPSA disponível na página do DATASUS
(www.datasus.gov.br/idb) e na BVS-RIPSA (www.ripsa.org.br), nas quais podem ser obtidos dados de séries históricas e informações
técnicas detalhadas sobre todos os indicadores, além de indicações sobre a revisão e atualização de dados anteriormente publicados.
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