Indicadores de morbidade e fatores de risco
As informações do IDB são atualizadas anualmente. Sugerimos consultar a versão mais recente (http://www.datasus.gov.br/idb).
		Tabela de dados

D.2.3 Taxa de incidência de cólera
Ficha de qualificação

1. Conceituação
   • Número de casos confirmados de cólera, por 100 mil habitantes, em determinado espaço geográfico e no ano considerado (código A00 da CID-10).
   • A definição de caso confirmado de cólera baseia-se em critérios adotados pelo Ministério da Saúde para orientar as ações de vigilância epidemiológica da doença em todo o país.
2. Interpretação
   • Estima o risco de ocorrência de casos de cólera, sob a forma endêmica ou epidêmica.
   • Indica a existência de fatores favoráveis à transmissão do Vibrio cholerae, a partir da circulação de indivíduos infectados (geralmente portadores sadios) em comunidades que apresentam condições insatisfatórias de saneamento básico, habitação e higiene.
   • A ocorrência de casos de cólera reflete, em geral, baixos níveis de desenvolvimento socioeconômico e de atenção à saúde da população.
3. Usos
   • Analisar variações geográficas e temporais na distribuição dos casos confirmados de cólera, como parte do conjunto de ações de vigilância epidemiológica da doença.
   • Subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações de saúde direcionadas para controlar a cólera e outras doenças diarréicas agudas (saneamento básico, educação e assistência à saúde, sobretudo o uso de terapia de reidratação).
4. Limitações
   • A confirmação diagnóstica de casos baseia-se na identificação do V. cholerae, exceto em situações epidêmicas, que oferecem evidência clínico-epidemiológica de cólera.
   • A capacidade de detecção, notificação, investigação e confirmação de casos está sujeita às condições técnico-operacionais do sistema de vigilância epidemiológica, em cada área geográfica.
   • A maioria dos casos é constituída de formas clínicas leves e moderadas, com menor probabilidade de serem reconhecidas. Tornam-se porém evidentes durante epidemias, o que impõe atenção na análise de séries temporais.
   • A ocorrência de cólera em áreas de bom nível socioeconômico pode ser melhor avaliada pelo número absoluto de casos, que expressa fontes de transmissão da doença.
5. Fonte

   Ministério da Saúde/CENEPI: Sistema de Informação de Agravos Notificáveis (SINAN) e bases demográficas do IBGE

6. Método de Cálculo

   número de casos de cólera confirmados em residentes
   	x 100.000
   população total residente

7. Categorias de análise
   • Unidade geográfica: Brasil, Grandes Regiões, Estados, Distrito Federal e Regiões Metropolitanas.
   • Faixa etária: menor de 1 ano, 1-4, 5-9, 10-19, 20-39, 40-59 e 60 anos e mais.
8. Dados estatísticos e comentários

   Taxa de Incidência de cólera (em 100 mil) Brasil e Grandes Regiões, 1991, 1996 e 1999.
   Regiões	1991	1996	1999
   Fonte: Funasa/Cenepi. Base de dados do SINAN.
   Brasil		0,6	2,5
   Região Norte		0,7	-
   Região Nordeste		2,1	7,9
   Região Sudeste		0,0	0,0
   Região Sul		0,0	1,9
   Região Centro-Oeste		0,0	-

   Após quase cem anos de ausência, a cólera foi reintroduzida no Brasil em 1991, propagando-se rapidamente nas regiões Norte e Nordeste e causando surtos isolados nas demais regiões. A incidência atingiu o ápice em 1993, quando foram detectados 60.340 casos. A partir de 1995 reduziu-se significativamente, tendendo a limitar-se às regiões Nordeste e Norte, onde prevalecem condições socioeconômicas menos satisfatórias.

   O coeficiente de incidência da cólera no Brasil, em 1997, foi de 1,9 casos por 100 mil habitantes. Nesse ano, a ocorrência de casos limitou-se às regiões Norte e Nordeste respectivamente, 0,4 por 100 mil habitantes, na região Norte, e 6,6 por 100 mil habitantes, na região Nordeste.