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Qualificação de Indicadores do IDB-1998
D.9 - Taxa de prevalência de diabetes mellitus
- Conceituação:
Número de casos existentes de diabetes mellitus, expresso por 100 habitantes, em determinado local e momento.
- Interpretação:
Estima o número de casos existentes de diabetes mellitus na população (prevalência). Observação: em geral, a informação é proveniente de inquéritos amostrais na população alvo (adultos de ambos os sexos, de 30 a 69 anos de idade, ou 30 anos de idade e mais). Tais inquéritos, como o realizado no país no período 1986-1988 (1), fornecem dados sobre a proporção de diabéticos da população que estão em tratamento, os que não estão em tratamento, mesmo sabendo que são diabéticos, assim como os que desconheciam a sua condição de portador da doença.
Inclui casos de diabetes tipo 1 (insulino-dependente) e tipo 2.
A tendência da taxa de prevalência de diabetes mellitus na população é ascendente, na maioria dos locais; um dos principais fatores a ser considerados nessa tendência crescente é o envelhecimento progressivo da população, situação atual no quadro demográfico brasileiro.
- Usos:
Verificar a magnitude do problema na população.
Proceder análise comparada do quadro epidemiológico da doença em diferentes épocas, regiões e segundo características da população.
Subsidiar o processo de planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações: por exemplo, estimar a demanda de medicamentos (antidiabéticos orais e insulina) e o número de profissionais para as ações de prevenção e assistência.
- Limitações:
Os dados usualmente disponíveis são provenientes de estudos amostrais na população alvo. No entanto, a estrutura existente é frágil para a realização de inquéritos populacionais, abrangentes e periódicos.
Há as dificuldades e limitações próprias dos estudos amostrais. Eles são caros, necessitando de locais de apoio, examinadores e auxiliares capacitados, além de materiais e condições de processamento e análise dos dados.
Exige visita domiciliar e exame laboratorial. Os suspeitos são submetidos a confirmação diagnóstica (glicemia plasmática).
- Fonte:
MS/SPS/DGPE: estudos especiais e bases demográficas IBGE.
No IDB-1998, foram utilizados os dados de inquérito amostral (1), realizado em 1986-1988 pelo Ministério da Saúde em articulação com a OPAS, serviços universitários e sociedades científicas de diabetes e endocrinologia.
- Método de Cálculo:
Número de casos existentes de diabetes mellitus, ocorridos em determinado local e momento
------------------------------------------------------------------------------------------------------- x 100
População total no mesmo local e momento
- Categorias de Análise:
Brasil, Grandes Regiões, Estados, Distrito Federal e Regiões Metropolitanas
Sexo: masculino e feminino
Faixa etária: 0-29, 30-39, 40-49, 50-59, 60-69 anos
Observação: No IDB-1998, foram utilizados os dados do mencionado inquérito amostral, restrito ao grupo etário de 30-69 anos.
- Dados estatísticos e comentários:
Taxa estimada de prevalência de diabetes mellitus, ajustada por idade, na população de 30 a 69 anos, para o Brasil e algumas capitais brasileiras, no ano de 1988.
Local
Taxa (%)
Brasil
7,60
Brasília
5,22
Belém
7,16
Fortaleza
6,48
João Pessoa
7,95
Recife
6,42
Salvador
7,87
Rio de Janeiro
7,47
São Paulo
9,66
Porto Alegre
8,89
Fonte: Estudo multicêntrico sobre a prevalência do diabetes mellitus no Brasil. (1)
As capitais da Região Sudeste apresentaram taxas mais altas; a menor taxa encontrava-se em Brasília. Tais dados foram coletados na população urbana das nove cidades listadas na tabela. No cômputo geral, a prevalência foi aproximadamente igual em homens e mulheres: 7,47 e 7,67%, respectivamente. As prevalências por faixa etária, como era de se esperar, aumentaram com a idade: 30-39 anos (2,70%), 40-49 anos (5,52%), 50-59 anos (12,66%) e 60-69 anos (17,43%). Alguns dados de interesse foram os seguintes: 46,5% dos diabéticos desconheciam a sua condição e 22,3% das pessoas sabidamente diabéticas não faziam qualquer tipo de tratamento.
1. Estudo multicêntrico sobre a prevalência do diabetes mellitus no Brasil. Informe Epidemiológico do SUS 1: 47-73, 1992.
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