RIPSA IDB1998

As informações do IDB são atualizadas anualmente. Sugerimos consultar a versão mais recente (http://www.datasus.gov.br/idb).


Qualificação de Indicadores do IDB-1998

D.2 - Taxa de incidência de doenças transmissíveis
Hanseníase
(Coeficiente de incidência de hanseníase, taxa de detecção de hanseníase)

  1. Conceituação:
  2. Número de casos novos notificados de hanseníase, de pessoas residentes em determinado local e período, expresso por 10 mil habitantes.

  3. Interpretação:
  4. Estima o risco de um indivíduo adoecer por hanseníase, em qualquer de suas formas clínicas.

    No Brasil, as taxas de incidência por 10 mil habitantes são classificadas em: baixa (< 0,2); média (0,2 – 0,9); alta (1 – 1,9); muito alta (2 – 3,9); e situação hiperendêmica (³ 4).

  5. Usos:
  6. Identificar áreas e grupos de risco, e características das pessoas associadas a maior ocorrência de casos.

    Monitorar tendências da doença, no tempo, espaço e grupos populacionais específicos.

    Proceder análise comparada das condições de saúde, com vistas ao planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações do setor.

    Avaliar programas de prevenção e controle da hanseníase.

  7. Limitações:
  8. O indicador baseia-se na notificação de ocorrências, dependente das condições técnico-operacionais para a detecção e notificação de casos. Tais condições são peculiares a cada área geográfica de desagregação dos dados e podem variar ao longo do tempo, em função de fatores como: ampliação das fontes de notificação; intensidade dos esforços realizados para a detecção de casos; sensibilidade e especificidade das técnicas de diagnóstico e tratamento; mudanças de critérios para definição e classificação de casos.

    O diagnóstico da hanseníase é geralmente tardio, pois os sinais e sintomas iniciais são pouco expressivos e valorizados. Em conseqüência, o número de notificações no ano inclui casos que iniciaram a doença em anos anteriores.

    O indicador não discrimina as formas clínicas de hanseníase, que têm significados diferentes sobre a transmissibilidade e a evolução da doença.

    Sendo uma doença de longo período de incubação, os coeficientes de incidência não permitem detectar alterações de tendência em curto espaço de tempo.

    As bases de dados dos sistemas estaduais e municipais de diagnóstico e notificação de casos apresentam expressivas variações de cobertura, quantitativas e qualitativas, com diferentes graus de registro, coleta e transmissão de dados.

    Atrasos no envio das notificações dos casos novos exigem correções na construção do indicador

  9. Fonte:
  10. Ministério da Saúde, CENEPI: Sistema de Informações de Agravos Notificáveis (SINAN) Sistemas estaduais de Informação e base de dados demográficos do IBGE.

    No IDB-97, foi usada a Contagem da População, 1996, do IBGE.

  11. Método de Cálculo:
  12. Número notificado de casos novos de hanseníase (todas as formas),

    residentes em determinado local e período

    --------------------------------------------------------------------------------- x 10 mil

    População residente no mesmo local e período

  13. Categorias de Análise:
  14. Brasil, Grandes Regiões, Estados, Distrito Federal.

    Faixa etária: 0-14 e 15 anos e mais.

  15. Dados Estatísticos e Comentários:

Taxa de incidência de hanseníase por 10 mil habitantes, por macro-região, Brasil, 1997

Grandes Regiões

1997

Brasil

2,8

Norte

8,3

Nordeste

3,2

Sudeste

1,6

Sul

0,8

Centro Oeste

6,9

As taxas regionais calculadas para 1997 situam-se como situação hiperendêmica nas regiões Norte e Centro-Oeste, muito alta na região Nordeste, alta na Sudeste e baixa na Região Sul. Comparando-se com as taxas registradas em 1992, observa-se um significativo aumento na detecção de casos novos na região Norte e Nordeste e redução na Região Sul.

Todos estados da Região Norte, além de MA, PI, ES, MT e GO, apresentaram em 1997, taxas de situação hiperendêmica. Taxas muito altas foram registradas em 5 estados (CE, PE, SE, RJ e MS). Em quatro estados (PB, BA, MG, PR) e no DF as taxas foram altas, sendo médias em 5 estados (RN, AL, SP, SC e RS). Nenhum estado apresentou taxa de incidência considerada baixa.

A taxa de incidência para a faixa etária menor de 15 anos calculada para o país em 1997 é considerada muito alta segundo parâmetro nacional (0,5 a 0,9/10 mil hab).

Houve um incremento na taxa de incidência para o país, na última década, superior a 100 % (dados não mostrados na tabela), devido principalmente à descentralização do diagnóstico e do tratamento e às campanhas de divulgação.


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