As informações do IDB são atualizadas anualmente. Sugerimos consultar a versão mais recente (http://www.datasus.gov.br/idb).
Qualificação de Indicadores do IDB-1997
C.2 - Taxa de mortalidade infantil
(Coeficiente de mortalidade infantil)1. Conceituação:
Número de óbitos de menores de um ano de idade, expresso por mil nascidos vivos, em determinado local e período.
2. Interpretação:
- Estima o risco de um nascido vivo morrer durante o seu primeiro ano de vida.
- Altas taxas de mortalidade infantil refletem, de maneira geral, baixos níveis de saúde, de desenvolvimento socioeconômico e de condições de vida. No entanto, mesmo quando as taxas de mortalidade infantil são baixas, encontram-se pronunciadas variações entre segmentos da população.
- As taxas de mortalidade infantil são geralmente classificadas em altas (50 ou mais), médias (20-49) e baixas (menos de 20), em função da proximidade ou distância de valores já alcançados em sociedades mais desenvolvidas, o que varia com o tempo . A tendência de queda das taxas de mortalidade infantil exige a revisão periódica desses valores.
- A Cúpula Mundial da Criança estabeleceu metas de redução da mortalidade infantil para o ano 2000; a meta sugerida para o Brasil é 30 por mil nascidos vivos .
3. Usos:
- Subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações de saúde voltadas para a atenção pré-natal, ao parto e a saúde infantil.
- Proceder análise comparada de situações de saúde, em diferentes tempos, lugares e condições socioeconômicas.
4. Limitações:
- À medida que o coeficiente de mortalidade infantil diminui, tende a haver concentração dos óbitos nas primeiras semanas e dias de vida. Quando isso ocorre, deve-se valorizar indicadores mais específicos, que refletem melhor a atenção perinatal e ao parto, como os de mortalidade neonatal e perinatal.
- A subenumeração de óbitos e nascimentos, que ocorre em graus variáveis, limita a qualidade deste indicador, sendo feitos ajustes nas taxas para ter em conta a subenumeração.
- A obtenção do número de nascidos vivos, por vezes, é o fator limitante para a estimariva deste indicador. Os cálculos podem ser feitos de duas maneiras: diretamente, com os dados dos registros ou, indiretamente, apoiando-se em estimativas.
- Os cálculos diretos das taxas de mortalidade infantil são feitos utilizando-se os sistemas de informação sobre mortalidade (SIM) e de nascidos vivos (SINASC). Nas regiões que apresentam baixas coberturas dessas bases de dados, como no Norte e Nordeste, tem-se que usar um fator de correção, quer para o número de óbitos de menores de um ano, quer para o de nascidos vivos. Cálculos de subenumeração têm de ser realizados para que tais correções possam ser feitas.
- Os cálculos indiretos das taxas de mortalidade infantil são feitos pela aplicação de modelos demográficos às informações sobre a sobrevivência de filhos tidos nascidos vivos.A precisão das estimativas por métodos indiretos, como as usadas no IDB-1997, depende dos modelos demográficos utilizados para seu cálculo. As estimativas indiretas não são apropriadas para áreas com população reduzida.
5. Fontes:
- Ministério da Saúde/CENEPI: SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade) e SINASC (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos).
- Alternativa: IBGE - Censos Demográficos, Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (PNAD) e estimativas demográficas.
6. Método de Cálculo :
N
º óbitos de residentes------------------------------------------------------------------------------------------ x1.000
Nº total de nascidos vivos, no mesmo local e período
- Alternativa: a taxa pode ser obtida por métodos demográficos indiretos, usando os dados dos censos e das pesquisas amostrais.
- No IDB-1997, a taxa de mortalidade infantil foi estimada pelo IBGE, utilizando o método indireto de cálculo.
7. Categorias de Análise:
- Brasil, Grandes Regiões, Estados e Distrito Federal.
8. Dados Estatísticos e Comentários:
Grandes Regiões
1986
1991
1996
Variação de 86-96(%)
BRASIL
62,3
45,2
37,5
-40
Norte
58,8
42,3
36,1
-39
Nordeste
90,5
71,2
60,4
-33
Sudeste
44,6
31,6
25,8
-42
Sul
37,6
25,9
22,8
-39
Centro-Oeste
40,7
29,7
25,8
-37
- As estimativas apresentadas foram retiradas de série histórica fornecida pelo IBGE.
- A média nacional encontrada em 1996 é de 37,5 óbitos infantis por mil nascidos vivos, aproximando-se da meta de 30 por mil. Entre 1986 e 1996, observou-se queda de 40% na taxa de mortalidade infantil no país.
- À exceção do Nordeste, com taxa de mortalidade infantil estimada para 1996 em 60,4 por mil, e do Norte, com 36,1 por mil, todas as demais regiões apresentam valores inferiores a 26 por mil. Dentre os estados brasileiros, a menor mortalidade infantil se encontra no Rio Grande do Sul, com 21,6 por mil, enquanto que Alagoas é o estado de maior mortalidade infantil( 84,2 por mil), sendo o menor valor, daquela região, o encontrado na Bahia (52,5 por mil).