As informações do IDB são atualizadas anualmente. Sugerimos consultar a versão mais recente (http://www.datasus.gov.br/idb).
Qualificação de Indicadores do IDB-1997
D.10 - Índice CPO-D aos 12 anos
1. Conceituação:
Número médio de dentes permanentes cariados, perdidos e obturados por criança, aos 12 anos de idade, em determinado local e período.
2. Interpretação:
- Estima o ataque da cárie dental à dentição permanente.
- A Organização Mundial de Saúde - OMS estabelece a idade de 12 anos como parâmetro básico para o indicador, com a seguinte escala de severidade(1) :
- prevalência muito baixa (0,1-1,1);
- prevalência baixa (1,2-2,6);
- prevalência moderada (2,7-4,4); e
- prevalência alta (4,5-6,5).
- A OMS estabelece o CPO-D = 3,0, aos 12 anos de idade, como meta a ser atingida, mundialmente, até o ano 2000.
- É um bom indicador das condições de saúde bucal da população. Quanto menor o índice, melhores as condições de saúde bucal.
3. Usos:
- No planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações em saúde bucal.
- Na análise comparada do quadro epidemiológico da cárie dental, em diferentes épocas, regiões e níveis socioeconômicos.
4. Limitações:
- Informa sobre o ataque da cárie, não retratando perdas significativas por doença periodontal, motivos protéticos e, ainda, razões ortodônticas(2).
- Possibilidade de interpretações distintas dos estágios iniciais da cárie, por parte dos examinadores.
- Exame restrito à coroa do dente não permite identificar as cáries radiculares.
- Método atual limita-se à população escolarizada, residente nas capitais dos Estados e Distrito Federal.
- Fragilidade da infra-estrutura disponível para a realização de estudos sistemáticos e abrangentes da população alvo, com relação a locais adequados, examinadores e auxiliares capacitados, materiais odontológicos e de escritório aplicáveis, e condições de processamento e análise dos dados.
5. Fonte:
Ministério da Saúde, SPS, DPGE: Estudos amostrais.
- No IDB-1997, foram utilizados os dados de inquérito amostral, realizado em 1996 pelo Ministério da Saúde, em articulação com a Associação Brasileira de Odontologia, e o Conselho Federal de Odontologia e as Secretarias Estaduais de Saúde(3), com base em metodologia recomendada pela Organização Mundial da Saúde(4). O estudo abrangeu pelo menos 4 escolas de cada uma das capitais de Estados e Distrito Federal, envolvendo 30.240 crianças escolarizadas na faixa etária de 6-12 anos, das quais 4.320 na idade de 12 anos.
6. Método de Cálculo :
Nº de dentes permanentes cariados, perdidos e obturados (extraídos e com extração indicada), aos 12 anos de idade, em determinado local e período
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Nº total de crianças de 12 anos de idade examinadas, no mesmo local e período.7. Categorias de Análise:
- Brasil, Grandes Regiões, Estados, Distrito Federal e municípios das capitais.
8. Dados Estatísticos e Comentários:
Grandes Regiões (capitais)
1986(5)
1996(3)
BRASIL
6,65
3,06
Norte
7,49
4,27
Nordeste
6,89
2,88
Sudeste
5,95
2,06
Sul
6,31
2,41
Centro-Oeste
8,52
2,85
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- Os valores apresentados representam o número médio de dentes permanentes cariados, perdidos e obturados, observados em pesquisas amostrais, em escolares de 12 anos de idade.
- A média nacional encontrada em 1996 (3,06) aproxima-se da meta estabelecida pela OMS para o ano 2000 (3,0), ficando acima dessa meta apenas a região Norte (4,27). Ressalve-se que a amostra estudada está referida a escolares das capitais do país.
- Em relação aos resultados da pesquisa realizada em 1986, verifica-se decréscimo de 54% na média nacional. Todas as regiões do país apresentaram significativa redução do índice , variando de 43,0%, na região Norte, a 66,5%, na Centro-Oeste.
- Entre as Unidades da Federação, os menores valores em 1996 foram observados no Espírito Santo (1,47), Sergipe (1,50), e Bahia (1,52), enquanto os índices mais elevados corresponderam aos estados de Roraima (6,30), Rondônia (4,99) e Tocantins (4,62), todos na região Norte.
(1) Moller. 1980-83, 1984. In: Pinto, Vitor G. Saúde Bucal: Odontologia Social e Preventiva. 3ª edição. Capítulo 6, pág. 135. Livraria Editora Santos. São Paulo, 1992.
(2) Pinto, Vitor G. Saúde Bucal: Odontologia Social e Preventiva. 3ª edição. Capítulo 5, pág. 133-1335. Livraria Editora Santos. São Paulo, 1992.
(3) Ministério da Saúde. Programa de Saúde Bucal.Levantamento Epidemiológico em Saúde Bucal - Cárie Dental. Brasília, 1996 (Dados disponíveis em http://www.datasus.gov.br" ).
(4)Organização Mundial da Saúde - OMS. Manual de Levantamento Epidemiológico da Saúde Bucal. Genebra, 1991.
(5) Ministério da Saúde. Levantamento Epidemiológico em Saúde Bucal - Brasil, zona urbana, 1986. Série C: Estudos e Projetos, 4., 137 páginas. Centro de Documentação de Ministério da Saúde, 1988.